quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Eu quero ser feliz agora

Queridos e queridas! Com a ajuda de familiares e amigos, acabamos de produzir um vídeo muito chato, nada divertido de se fazer... ;) O vídeo, intitulado “O Pacto”, tem como tema a música “Eu Quero Ser Feliz Agora”, de Oswaldo Montenegro, e está concorrendo ao prêmio de melhor clipe no concurso promovido pelo próprio compositor. Metade do prêmio será dada ao autor do melhor vídeo segundo uma comissão julgadora oficial do concurso, e a outra metade será do vídeo que tiver o maior número de acessos no Youtube! Então, queridos, nem preciso dizer o quanto é importante o acesso de cada um e a divulgação nas redes de amigos de vocês. Seja por e-mail, por rede social, por blog, envie o link do vídeo a seus conhecidos e proporcione a eles este momento divertido e poético. Espero muito que vocês gostem porque foi preparado com muito carinho e alegria. Deu um trabalhão... :D mas foi a cada segundo extremamente divertido! Desde quando ouvi a música pela primeira vez, eu me identifiquei totalmente com a mensagem e desejei muito produzir um vídeo que falasse de decisão e ousadia. Lembrei-me logo do pacto que fiz comigo mesma após o “apagão” ano passado e reuni no vídeo algumas situações, reais ou imaginárias, que se sucederam a partir dele ou que o traduzem. Quando vi, estava voltando à infância e fazendo coisas que sempre me alegraram imensamente. Fora uns estabaques ou outros, que entraram na história pra lembrar que a vida é mesmo assim... Sem mais delongas, vamos ao vídeo. Antes, só quero agradecer a todos que embarcaram comigo nessa, a todos que participaram, que apoiaram, que se divertiram comigo! Obrigada também à minha querida Tabata Contri, quem me contou sobre o concurso. Independente do resultado, já tem valido muito a pena! Quero também avisar aos colegas de apagão que me aguardem, eu e mamãe Elenita Magalhães, a mais nova audiodescritora da praça, estamos preparando uma audiodescrição do clipe, coisa nada fácil, e disponibilizaremos aqui no Boca. Aviso também que todos os créditos do vídeo seguem abaixo do mesmo, já que, por normas do concurso, não puderam entrar na edição. Com vocês, O Pacto:





Créditos:

Roteiro – Sara Bentes

Direção – Sara e Aline Bentes

Edição – Caroline Bentes

Câmera – Aline Bentes, Miguel Bentes, Raquel Amaral, Elisa Carvalho.

Atores – Sergio Bentes (tio da cama elástica e pintor de bengala), Elenita Magalhães (entregadora de bengala), Robson Freire (rapaz solícito da praia).

Participação especial – Bianco Marques (amigo no tobogã), Diego Bruno (amigo na bicicleta).

Agradecimentos - Teatro Gacemss, Exóticas bicicletas especiais.



sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Superação, um privilégio de todos

Imagem da oitava Passeata Superação. Na fileira que aparece à frente, seguram uma grande faixa com os dizeres: Incluindo diferenças em defesa dos direitos humanos

Uma moça muito bonita, cadeirante, entra num mercado perto de casa. Todos ali já a conhecem. Atrás dela, segurando nas duas manoplas de sua cadeira de rodas, está uma outra moça muito bonita, que não larga a cadeira nem por um segundo. Um rapaz do mercado diz à moça cadeirante: “Agora arranjou uma amiga pra te ajudar?” As duas sorriem e a moça de pé atrás da cadeira responde: “Na verdade é ela que está me ajudando, eu não enxergo e ela me guia.” “E numa rampa ou ladeira- completa a amiga -ela também me ajuda, dando uma forcinha na cadeira.” Situações como esta são muito comuns nos grupos em que diferentes deficiências se encontram, e fica muito claro compreender como o ser humano se completa em sua diversidade. Maravilhoso será quando em todos os grupos, familiares, profissionais, sociais, essa completude for vivenciada com a mesma humildade, com a mesma harmonia. Sim, eu tenho uma limitação, e você, com suas capacidades, pode me ajudar, assim como eu, com minhas capacidades, posso te ajudar em suas dificuldades; e este aprendizado é de todos.


Dia 3 de Dezembro é o dia internacional da pessoa com deficiência, um dia instituído pela ONU para que o tema venha à tona em eventos de conscientização e sensibilização ao redor do mundo inteiro, ganhando cada vez mais força e atenção para a busca de nossos direitos. Nesse dia aconteceu em São Paulo a oitava Passeata Movimento Superação, um movimento pacífico criado há 8 anos por dois jovens cadeirantes e que foi crescendo e ganhando edições em outras capitais brasileiras e agora até na Argentina. A caminhada na avenida Paulista ganha a cada ano mais participantes e mídia, e este ano foi tão forte que o site da ONU destacou o evento como referência mundial. Estive lá, pela primeira vez, entre pessoas com todo tipo de deficiência, entre pessoas sem deficiência, muitas acompanhando seus familiares e amigos cadeirantes, cegos, surdos, paralizados cerebrais, mas muitas também, sem nenhum parente ou amigo nessas condições, simplesmente acompanhando o movimento e dando força à causa. O dia era sim nosso, das pessoas com deficiência, mas a busca por um mundo melhor é de todos; e um mundo com mais acessibilidade, mais inclusão, mais informação e aceitação das diferenças é um mundo melhor para todos. A tal superação, que muitas vezes coloca a pessoa com deficiência num pedestal distante, sob aquele discurso clichê “apesar de sua limitação, ele consegue...”, não é um privilégio de quem tem uma deficiência, a capacidade de superação é inerente ao ser humano, e todo mundo tem o direito, e o dever, de se valer dela. Superar a própria dificuldade de aceitar a diferença do outro, superar os próprios pensamentos preconceituosos e se informar melhor sobre a condição de uma pessoa, superar o próprio egoísmo e perguntar se a pessoa ao lado precisa de uma ajuda, superar o medo de encarar e assumir as próprias dificuldades e decidir ressignificá-las; todos temos nosso papel na busca pelo respeito à diversidade, pela igualdade de oportunidades, pela liberdade de ser, de estar, de ir e vir. Que cada dia nosso seja dia da superação e da vitória; e a vitória é simplesmente sorrir.


Conheça o Movimento Superação em: http://movimentosuperacao.org.br/




segunda-feira, 28 de novembro de 2011

2ª Virada Inclusiva



Pessoal! Ta chegando! Pra quem não sabe, dia 3 de Dezembro é o dia internacional da pessoa com deficiência. E, para celebrar nossas crescentes conquistas e continuar abrindo caminho para a diversidade e o respeito, acontecem eventos pelo mundo inteiro marcando esta data. Em São Paulo acontecerá a Virada Inclusiva, dias 3 e 4 deste mês, próximo fim de semana, com uma série de eventos por toda a cidade. Sabadão tem a 8ª edição da Passeata Superação, com concentração às 10 da manhã na Praça Osvaldo Cruz. Eu e mais uma galera de muita energia estaremos lá!

E no domingão, também às 10 da manhã, canto o hino nacional, com libras, na abertura oficial da Virada Inclusiva no Parque Ecológico Guarapiranga. O dia lá estará recheado de atividades culturais, ecológicas e acessíveis. Confiram a programação abaixo e ajudem a divulgar! Esperamos vocês lá!




Domingo - 04/12/2011


Das 10h às 17h

10h – ABERTURA OFÍCIAL

- Ato Ecumênico;

- Hino Nacional com “Sara Bentes” (cantora do Rio de Janeiro, é cega e interpreta o hino em Libras);

- Pronunciamento das autoridades convidadas;

- Lançamento do Projeto “Mães Guarapiranga”;

- Ato simbólico - “Semente da Inclusão” no Parque Ecológico Guarapiranga;

- Inauguração do Espaço na Biblioteca – tema Inclusão e Acessibilidade;

12h – Hora do Lanche

11h às 17h – Atividades diversas e palestras

- Trilha no bosque (acessível);

- Visita ao museu do lixo;

- Equoterapia;

- Pet-terapia;

- Circo / teatro;

- Teatro de fantoches;

- Música: Rock in Roll/ Dudé e Banda; Instrumental/ Erudita; Cantora Sara Bentes;

- Intervenção / Dança – itinerante;

- Minis-Palestras – Grupo de Estudos Doenças Raras;

- Informações - Defensoria Pública da União; Serviço ATENDE;

- Exames de saúde – Hepatite e outros;

- Dr. Esquindo-lelê – Operação Conta Gotas;

- Apresentação de malabares;

Espaços das atividades: Trilha no bosque; Passarelas; Salão; Centro Cultural; Prédio de Educação Ambiental; Palco; Biblioteca; Gramado e outros.



Local:

Parque Ecológico Guarapiranga – Estrada da Riviera, 3286 - São Paulo/SP.

http://www.ambiente.sp.gov.br/destaque/101003_pqe_guarapiranga.htm

O Parque Ecológico Guarapiranga conta com boa infra-estrutura arquitetônica em acessibilidade, além de audiodescrição e interpretação em LIBRAS.



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A CEGA VAI AO CINEMA

Quem segue o Boca desde seus primórdios, ou seja, pouco mais de um ano, vai se lembrar do pequeno diálogo que introduzia uma postagem sobre audiodescrição. Mas agora esse diálogo foi incrementado e virou charge sonora! Se você não sabe ao certo pra quê serve este recurso cada vez mais discutido por aí, a audiodescrição, entenda primeiro como é triste a vida sem ela... E se você também é da turma do apagão, vai se identificar... “A Cega vai ao Cinema” é uma crítica à falta de acessibilidade e é também uma homenagem aos amigos e familiares que se esforçam na quase impossível tarefa de ser espectador e audiodescritor ao mesmo tempo, e que algumas vezes não conseguem, e nas outras tantas conseguem é fazer uma bagunça na nossa mente :D A charge já rodou por e-mails, palestras e cursos por aí, e no Blog da Audiodescrição o Paulo Romeu, antenadíssimo com tudo que rola sobre o assunto, publicou uma postagem caprichada sobre a historinha e a autora dela. Olha só: http://blogdaaudiodescricao.blogspot.com/2011/10/cega-no-cinema-charge-criada-por-sara.html E se você, que enxerga, nunca foi ao cinema de olhos vendados, chegou a hora! Mas, como não sou tão má assim, vou mandar com você uma amiga que enxerga... Acione o vídeo abaixo e boa sort... ops, quero dizer boa sessão. Aproveite!

Descrevendo: o vídeo tem uma imagem estática, com o fundo preto e os créditos em letras brancas.





sábado, 5 de novembro de 2011

Pedalando no Escuro

Coisas que só quem tem amigos pode fazer...

Galera do apagão, vídeo com audiodescrição. Ad não profissional, mas feita com muito amor e bom humor; dá pra se divertir com ela mesmo quem não precisa dela.

(Recebedores por e-mail, acessem o blog pra assistir ao vídeo.)




Quando eu enxergava, uma das minhas maiores alegrias era andar de bicicleta. Muitas vezes eu dizia pra minha mãe que iria a pé, mas desviava pra garagem, passava a mão na bicicleta e ia pedalando. ;D Ela se preocupava porque sabia que minha baixa visão não era suficiente pra muitas coisas, mas pra andar de bicicleta com bastante atenção eu sabia que era, e nunca me acidentei.


Este ano conheci os amigos Diego, Raquel e Maria Olívia, a magrela dupla que tá no vídeo. Eles amam pedalar, e a Maria Olívia estava prestes a ser vendida, mas me conheceu e nos apaixonamos profundamente...


Nós 4 temos pedalado bastante, eu, Raquel, Diego e Maria Olívia. Mas não é só na magrela dupla que eu tenho pedalado... Com a ajuda fundamental do Diego pude andar na bicicleta comum, com a voz dele sendo minha visão.


E se eu tentasse agora fazer isso escondido da mamãe eu teria me arrasado, porque fui pedalar logo com amigos profissionais do vídeo, que filmaram nossa arte e só não jogaram no youtube porque eles são ligados a outro site de vídeos. :) Mas ta aí, pra todo mundo ver e ouvir minha alegria ao pedalar de novo!


Como se não bastasse eles filmarem e editarem com capricho, Diegão ainda me fez a surpresa de por audiodescrição no vídeo! E explicando: no video faço uns sinais para a câmera porque a cinegrafista, Raquelzinha, é surda e usa a Libras.


Vivam os meus amigos!!! Viva a Maria Olívia!!! Viva a diversidade!!!


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Fotografias Poéticas em Vassouras

Complementando o texto anterior, lançarei meu livro de poesias, Fotografias Poéticas de um Olhar Viajante, também no Poesia Gourmet em Vassouras! O lançamento será no mesmo dia 3, próxima quinta, às 18h, na livraria Cia das Letras. E dali já corremos todos para o sarau no Hotel Santa Amália, que é pertinho! O endereço da Cia das Letras é Avenida Expedicionário Oswaldo de Almeida Ramos, nº (Broadway) em frente a UFS, Vassouras. Esperamos vocês lá! Compareçam e ajudem a divulgar!

Capa do livro. No alto, em letras amarelas, o título 'Fotografias poéticas de um olhar viajante', sobre um céu azul; A imagem de fundo da capa é uma junção de várias fotos de diferentes paisagens, como cachoeira, geleira, praia, vulcão nevado, árvores; voando sobre a cachoeira, um parapente com duas pessoas, cujo tamanho da imagem não permite que se identifique quem são, e, no alto à direita, sobreposta a um pedaço de floresta, a imagem de uma câmera sobre um tripé. Na parte de baixo, com letras brancas, o nome da autora.

Poesia gourmet

Na foto, Bianco Marques e Sara Bentes, apresentando-se na feira do livro espírita em Volta Redonda

Queridos e queridas! Tá chegando a primeira edição do Poesia Gourmet, um grande evento que reúne literatura e gastronomia no Vale do Café, de 3 a 6 de novembro. E no primeiro dia, quinta-feira, tem sarau com jantar no parque hotel Santa Amália, e quem comanda a festa somos Sara Bentes e Bianco Marques, com muita música, poesia, aromas e sabores. O repertório tá maravilhoso e o cardápio tá delicioso! O repertório tem Chico, Tom, Renato Russo, Noel, Marcelo Camelo, Sara Bentes, Bianco Marques, Mário Quintana, Fernando Pessoa e muito mais; e o cardápio, que tem opções vegetarianas, conta com entrada, prato principal e sobremesa. No sarau tem participação especial da querida Paula Wenke, atriz e escritora. O sarau, que antecede o jantar, começa às 20h e não é muito longo, então é bom garantirem logo suas entradas e lugares. Se eu fosse vocês eu não perdia essa! Porque tá tudo sendo preparado com muito carinho e o negócio tá bonito, gente, coisa de emocionar até nos ensaios... Mais informações nos links:

http://www.hotelsantaamalia.com/

http://www.jb.com.br/anna-ramalho/noticias/2011/10/29/conheca-o-poesia-gourmet-literatura-e-gastronomia-em-um-so-lugar/

e pelo telefone: (24)2471-7007

Aproveite sua quinta-feira e venha alimentar o corpo e a alma. Esperamos vocês lá!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Palinha Pós Festival

Queridos! Agradeço a todos que torceram, incentivaram, curtiram, valorizaram, compareceram e contribuiram pra minha participação nessa festa musical que foi o Femuvre. Obrigada a todos! E tenham a certeza de que bem antes de esperar qualquer resultado eu já ganhei muito, estando com pessoas tão queridas, vivendo com os amigos momentos pra lá de inesquecíveis, cantando com músicos talentosíssimos e conhecendo tanta riqueza musical que esteve presente este ano no festival. Obrigada a todos!


E pra quem não foi, segue o vídeo da apresentação da música Pra Quê na primeira noite do festival. Nesta música me acompanharam os amigos Helbert Santos na percussão, Carlinha e Bianco Marques nos vocais e Júlio Ribeiro, que veio do Rio de Janeiro especialmente para tocar conosco, ao violão. Aproveitem! Recebedores por e-mail, acessem o Boca para assistir ao vídeo. Beijos a todos! :*






quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Femuvre 2011

Pessoaaaal!! Espero vocês próxima sexta na semifinal do FEMUVRE, o Festival de Música de Volta Redonda. 2 músicas minhas foram classificadas!! EBAAA! As canções são Pra Quê e Choro Sara, que concorrerão a um lugarzinho na final do festival, que será no sábado. Então, acessem os links das músicas, aprendam as letras e venham cantar comigo e torcer muito! Independente da competição, estaremos lá trocando energias, enviando mensagens do bem, celebrando a diversidade, musical e humana, e, acima de tudo, nos divertindo muito! Conto com a presença de vocês!!


Conheça todos os semifinalistas em: http://www.portalvr.com/cultura/mod/noticias/?id=1014


Femuvre:

Clube Umuarama, às 20h, dia 21 de Outubro (sexta-feira)



quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Viva la Vida!

É comum ouvirmos: “Eu adoro bichos, amo os animais!” E, na hora do almoço, lá estão eles no prato, mortos, fatiados e cozidos. “Mas não fui eu quem matou” é o argumento clássico dos carnívoros que tentam fugir da culpa de comer cadáveres de animais. Calma, calma, pessoal, pra começo de conversa, conversa delicada aliás, pela primeira vez abordada aqui no Boca de forma mais objetiva, não estamos aqui pra falar de culpa ou de julgamentos, estamos aqui pra falar de uma nova consciência. Não tão nova pra um crescente número de vegetarianos e veganos espalhados pelo mundo. “Caramba, mas eu adoro uma carne bem sangrenta, não ficaria sem um churrasquinho no fim de semana, sem um estrogonofe de frango, sem uma costelinha, sem aquele peixinho frito...” Pra você que se identificou com a fala, eu pergunto: Você já viu como esses animais são criados e mortos? Você já pensou no espírito dos animais? Você já ouviu os gritos de dor deles? “Se os matadouros fossem de vidro, todos seriam vegetarianos”, disseram Paul e Linda McCartney. Se todos víssemos de perto todo o processo, desde o transporte, a higiene, o trato, os remédios, as mutilações sem anestesia, todo o sofrimento e agonia, a morte covarde, até a putrefação da carne, enfim, todas as etapas até o animal chegar ao nosso prato, todos que dizemos que gostamos de animais e respeitamos a vida, desistiríamos de continuar sendo cúmplices de tanta crueldade. “Mas a caça faz parte da natureza humana, desde os tempos das cavernas. E por que temos caninos? Para comer carne!” será o segundo argumento mais comum. Matar crianças que nasciam com alguma deficiência também fazia parte da natureza humana naquela época. Opa, escapei dessa! :D Além de tantos outros costumes daquela época que nem ousamos imaginar... Que bom que somos capazes de evoluir. Quantas coisas já deixamos de fazer porque tomamos outra consciência?


“Mas o peixe, por exemplo, nem sente dor.” Ele não sente dor ou ele não tem meios de expressar essa dor como nós? Se nós, humanos, estivermos sendo asfixiados debaixo d´água, acho que o povo lá em baixo também não vai compreender nossa linguagem e nosso pedido de socorro. A diferença é que nós somos dotados de razão, e capazes o suficiente de compreender que os seres têm suas maneiras particulares de expressar dor e sofrimento.




“Nada contra os animais, mas prefiro me preocupar com os humanos, e enquanto houver um ser humano com fome neste planeta, não vou me preocupar com a matança de animais irracionais” é como muitos também rebatem. A frase de efeito é bonita, e pega num ponto forte: a fome. Segundo estimativas recentes, se os americanos, somente os americanos, reduzissem em apenas 10% o consumo de carne, a economia de grãos criaria um excedente suficiente para alimentar 60 milhões de pessoas, exatamente o número de seres humanos que morrem de fome no mundo por ano. Isto porque grande parte da produção de alimentos do planeta é destinada a alimentar o gado. Nos Estados Unidos, por exemplo, os animais consomem 80% de todo o milho produzido. Já deu pra entender então que a matança de animais não é um problema só dos animais; a pecuária e a pesca interferem e muito na saúde do nosso planeta, e, claro, consequentemente na nossa. Com a constante necessidade de áreas de pasto cada vez maiores, as atividades pecuaristas são atualmente responsáveis por cerca de 30% do atual ritmo de desmatamento das florestas equatoriais. Nos Estados Unidos, a criação de animais para consumo requer mais que a metade da água utilizada no país, além de ser a atividade que mais polui o solo agricultável e as fontes de recursos hídricos.





“Mas os médicos dizem que nosso organismo tem necessidade da proteína animal e da vitamina B12, só encontrada na carne” é outro argumento insistente que ouviremos muitas vezes, de pessoas que ainda não tiveram acesso a mais informações. Sim, é o que os médicos dizem, os médicos carnívoros. Já os médicos vegetarianos vão concordar até metade da afirmação, porque as proteínas e a bendita da B12 necessárias ao nosso organismo podem ser encontradas em fontes não animais também. Consultando um nutricionista vegetariano ou mesmo pesquisando em sites de nutrição vegetariana, é possível montar um cardápio de delícias vegetarianas e até se surpreender ao fim do mês com a diferença no bolso. Ao contrário do que muita gente pensa, uma dieta vegetariana não é necessariamente mais cara. Sobre a “bendita da B12”, que por muito tempo acreditou-se ser encontrada somente na carne, aviso aos navegantes que fontes riquíssimas desta vitamina são alguns tipos de cogumelos, uma informação pouco divulgada por enquanto. O cultivo de cogumelos está crescendo no Brasil e estamos exportando até para o Japão. As receitas com os diferentes cogumelos comestíveis são deliciosas e o preço deles tem caído de acordo com o aumento da procura. Além de tudo isso, já estamos cansados de ver a carne como um dos primeiros itens na lista dos maiores causadores de câncer no mundo.








“Mas não sou eu quem faz minha comida, e na minha casa todo mundo come carne” é o que a maioria vai dizer. Enquanto não conseguimos nos organizar para ingerir diariamente fontes alternativas de proteína, seja porque não temos tempo de fazer em casa ou porque não temos acesso a um restaurante vegetariano, temos como opção os suplementos alimentares. Por alguns anos eu fui a única quase vegetariana (porque eu ainda comia peixe) da casa, então outras carnes entravam em casa e só de vez em quando o prato principal levava uma sojinha, daí eu apelava sempre para os ovos e laticínios como fontes de proteína. Agora, para a felicidade geral da casa, todos deixamos pra trás o costume carnívoro, tão arraigado em nossa cultura, e passamos todos muito bem, obrigada. Aliás, bem melhor que antes ;)





“Se vegetarianismo fosse bom, já teriam inventado rodízio de alface!” essa é só uma das tantas abobrinhas infames que ouvimos; e eu já nem dou mais espinafrada, mando logo às favas! :D





As informações decisivas para a mudança de hábito de meus pais curiosamente não vieram por mim, mas pelo documentário brasileiro “A Carne é Fraca”, dado por uma conhecida. Meu pai me chamou para assistir com ele. O que ele não previa era que a certo ponto do filme ele não conseguiria nem mais descrever em voz alta as imagens pra mim... Era difícil falar, era difícil ouvir, era difícil assistir sem chorar... Se eu já não fosse vegetariana, ali teria me tornado também. Para muitas pessoas será assim, será preciso ver o sofrimento para rever o prazer e o costume. Então, recomendo fortemente, como primeiro mergulho no tema, o documentário “A Carne é Fraca”, do Instituto Nina Rosa – Projetos por Amor à Vida. Como segundo mergulho no assunto, trazendo abordagens ainda mais profundas no panorama mundial, como o horror da vivissecção, o uso de animais em experimentos militares, a grande mentira do entretenimento com animais etc, recomendo o documentário Terráqueos, que você pode baixar integralmente aqui. Existem inúmeros sites, livros, filmes e outras fontes de conhecimento onde podemos buscar mais informações. Coragem, minha gente, pra encarar a realidade que nós mesmos sustentamos e pra assumir de vez nossa responsabilidade para com a vida, para com nossa casa, o planeta Terra, e força pra rever nosso egoísmo e nossa presunção, que nos leva a crer que temos o direito de ridicularizar, explorar, torturar e assassinar os ditos mais fracos. Pensemos nisso.





“Eu quero mesmo é que o vegetarianismo cresça cada vez mais, pra que sobre mais carne pra mim!” mais uma abobrinha lamentavelmente ouvida... E eu sigo feliz da vida, com meu espetinho de cogumelo, meu pão com berinjela e minha picanhazinha de soja; hum... :p E vivam os vegetais, viva a vida! Pra celebrar, o Chris Martin, vocalista do Cold Play e também vegetariano, canta com a gente: Viva la Vida








Você sabia que algumas das personalidades mais inteligentes da nossa história são vegetarianas? Elas são:




Pitágoras (580-500 a.C.), Sócrates (470-399 a.C.), - Platão (427-?347 a.C.), Plutarco (46-120 d.C.), Porfírio (233-304), Leonardo da Vinci (1452-1519), Jeremy Bentham (1748-1832), Lewis Gompertz (1779-1865), Percy Bysshe Shelley (1792-1822), Henry David Thoreau (1817-1862), Ellen G. White (1827 - 1915), Leo Nikolayevich Tolstoy (1828-1910), Anna Kingsford (médica) (1846-1888), Annie Besant (1847-1933), Henry Salt (1851-1939), Rev. John Todd Ferrier (1855-1943), George Bernard Shaw (1856-1950), Mohandas Karamchand Gandhi (1869-1948), Dr Albert Schweitzer (1875-1965), Albert Einstein (1879-1955), Franz Kafka (1883-1924), A.C. Bhaktivedanta Swami Prabhupada (1896-1977) - fundador do movimento Hare Krishna, Alfred Vogel (1902-1996) Suíça, Benjamin Spock (1903-1998), Helen Nearing (1904-1995) USA, Peter Cushing OBE (1913-1994), Charles Attwood (médico) (1932-1998), Linda McCartney (1941-1998), Will Kellogg --criador da "Kellogg's Corn Flakes", Dr. John Harvey Kellogg inventor do sucrilho







Você sabia que grandes ídolos da música e do cinema são vegetarianos? Veja se seu ídolo está na lista a seguir:



Alec Baldwin, Brad Pitt, Brigitte Bardot, Brooke Shields, Candice Bergen, Daryl Hannah, David Duchovny (Arquivo X), Drew Barrymore, Paul McCartney, Pamela Anderson, Alicia Silverstone, Woody Harrelson, Joaquin Phoenix, James Cromwell, Dustin Hoffman, Eric Stolz, Jerry Garcia, Lindsay Wagner, Lisa Simpson, Liv Tyler, Mary Tyler Moore, Mel Gibson, Michael J. Fox, Peter Cushing, Richard Gere, Rosanna Arquette, Woody Harrelson, Natalie Portman, Kim Basinger

Alan Wilder (Depeche Mode), Alanis Morrisette, Annie Lennox (Eurythmics), Anthony Kiedis (Red Hot Chili Peppers), B52’s, Beastie Boys, Belinda Carlisle, Billy Idol, Blur, Bob Dylan, Bob Marley, Boy George, Brian May, Bryan Adams, Charlie Burchill (Simple Minds), Chrissie Hynde (Pretenders), David Bowie, Des'ree, Dizzie Gillespie, Edgar Froese (Tangerine Dream), Eddie Vedder (Pearl Jam), Elvis Costello, Fiona Apple, George Harrison, Good Charlot, Jeff Beck, Joan Baez, Jon Anderson (Yes), John Lennon, Johnny Marr, Jim Kerr (Simple Minds), Julianna Hatfield, Justine Frischman (Elastica), Kate Bush, K D Lang, Kirk Hammett (Metallica), Kraftwerk,
Larry Mullen Jr.(U2), Lenny Kravitz, Linda Perry (4 Non Blondes), Living Colour, Madonna, Martin Barre (Jethro Tull), Martin Gore (Depeche Mode), Michael Jackson, Michael Stipe (R.E.M), Moby, Morrissey (The Smiths), Nina Hagen, Olivia Newton John, Paul e Linda McCartney, Paula Cole, Peter Buck (REM), Peter Gabriel, P. J. Harvey, Prince, Rick Allen (Def Leppard), Ringo Starr, Robert Smith (The Cure), Sara Mlachlan, Seal, Shania Twain, Sinéad O'Connor, Steve Howe (Yes), Steve Perry (Journey), Steve Vai, Stevie Nicks (Fleetwood Mac), Stevie Wonder, Sting, Vanessa Williams, Yazz

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Dia da Criança e Feira do Livro Espírita

Queridos e queridas! To convidando todos vocês, de Volta Redonda ou não, pra darem um pulo na 23ª Feira do Livro Espírita de Volta Redonda. A feira já começou dia 1º e terá o encerramento dia 12. Além dos mais variados títulos, novos e consagrados, para todas as idades, e das tradicionais palestras e seminários, este ano a feira traz uma programação cultural bem vasta. Vai ter sarau e tudo! E no dia 12 de Outubro, feriado, a partir das 16h, estarei lá, ao lado de meu querido irmão e parceiro Bianco Marques, cantando, tocando, declamando, apresentando meu primogênito literário FOTOGRAFIAS POÉTICAS DE UM OLHAR VIAJANTE, e levando muitas surpresas, mensagens positivas e alegria! E, apesar de nossa participação não estar encaixada na programação infantil da feira, claro que faremos uma homenagem aos pequeninos! Então, papais, mamães, titios e titias, venham e tragam suas crianças!


A feira acontece no Memorial Zumbi, na Vila Santa Cecília, das 9 da manhã às 9 da noite. Confira tudo em:


http://diariodovale.uol.com.br/noticias/15,46818,Ler-e-aprender.html



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Pergunta idiota, tolerância em exercício...

Nós, pessoas com deficiência, frequentemente somos alvo da curiosidade do povo, que, em geral, desconhece os assuntos relacionados à nossa condição. Seja no ponto de ônibus, no shopping, na escola, no trabalho, numa entrevista, as perguntas sempre vêm, repetitivas e piegas, cheias de dedos, ou inusitadas e bizarras. Segue então um pedacinho, só um pedacinho da coleção de respostas deselegantes que eu sempre quis dar a essas perguntas e abordagens que nos perseguem ao longo da vida, mas que a diplomacia nem sempre me permitiu declarar verbalmente:


1- Apresentadora de TV ao início do programa -

Então quer dizer que você enxerga com os olhos do coração e canta divinamente, não é isso?

R: Pra começar, seria muita falta de humildade da minha parte concordar com você sobre cantar divinamente; já quanto aos olhos do coração, estou pra te dizer que eles devem estar precisando de uns bons óculos, porque continuam não me avisando dos degraus, buracos, orelhões etc.

(em pensamento)


2- Jornalista de revista, cheia de dedos pra tentar saber se a minha deficiência seria congênita ou adquirida -

Como você nasceu?

R: Ih, sua mãe nunca te contou a história da sementinha?

(Essa escapou do pensamento...)


Não, eu quero saber se você nasceu assim.

R: Não, na verdade nasci bem menor e com os cabelos bem mais curtos. Ah, e dentes eu também não tinha não.

(em pensamento...)


3- Apresentador de TV -

Como você pode cantar tão bem sendo cega?

R: E como você pode apresentar um programa de TV sendo tão despreparado?

(em pensamento, trincando os dentes... :X)


4- Estudante de jornalismo em entrevista por telefone -

Em que a música te ajuda a superar os obstáculos da sua deficiência ao andar nas ruas, por exemplo?

R: Pois é, os obstáculos não estão exatamente na minha deficiência, mas sim no mundo, na mente das pessoas e nas ruas, como você mesma disse. Então o processo da superação pela música, neste caso, funciona mais ou menos assim: ao atravessar uma rua sem sinal – é só cantar um samba e todos os veículos param automaticamente; numa calçada cheia de desníveis, fradinhos, canteiros e buracos – aí é só cantar um axé que todos os obstáculos saem do meu caminho, obviamente dançando frenéticos. Agora, se eu cantar um new age, minha amiga, os caminhos mais planos, macios e cor-de-rosa se abrem sob meus pés, acompanhados de um céu lilás e nuvens à minha volta, enquanto fadas azuis e virgens me pegam pela mão e me conduzem voando até onde preciso ir, aí é quando eu transcendo mesmo tudo isso e não preciso me preocupar com mais nada.

(em pensamentos gargalhantes :D)


5- Como você enxerga? Você vê vulto? Você ta me vendo? Como você me vê?

R: Te vejo como uma pessoa bastante ansiosa e curiosa.

(em pensamento...)


6- Você não tem a visão perfeita mas, em compensação, Deus te deu um ouvido fantástico pelo jeito, não foi?

R: Na verdade ele me deu o mesmo ouvido que a vocês, vocês é que não aprendem a usar direito...

(Essa escapou... :D)


7- Como é seu dia-a-dia?

R: Mais ou menos assim: um dia, após outro dia, que veio após outro que veio depois de outro dia.

(em pensamento...)


8- Ao pedir a alguém no ponto de ônibus que me avise quando chegar o meu ônibus, o alguém me diz:

Aviso sim, se eu ainda estiver aqui eu aviso.

R: ah, q bom, então se vc não estiver mais, me manda um sinal telepático, porque o de fumaça eu não vou ver mesmo.

(em pensamento...)


9- O que aconteceu com você? (essa todo “dificiente” já ouviu!)

R: Depende: hoje? Ontem? Nas últimas horas?

(Essa foi inevitável, escapou também...)


10- Pessoas que me conduzem gentilmente até certo ponto onde devo aguarda-las voltarem e, ao solicitarem o auxílio (desnecessário neste momento) de uma terceira pessoa, conhecida ou qualquer passante, dão a seguinte ordem, oferecendo o meu braço à outra pessoa:

Segura ela aqui pra mim que já volto.

R: Não, não, eu não vou fugir não, moço.

(Essa também tive que falar! ;D)


Vale destacar aqui, minha gente, que sanar as dúvidas do povo em relação a qualquer assunto é fundamental pra minimizar preconceitos e quebrar tabus, e que depois das respostas de “Saraiva”, sempre procuro esclarecer e informar, com paciência e bom humor. E, enquanto eu, na minha missão, vou aprendendo a ser mais tolerante e menos malcriada ;), as pessoas vão aprendendo a fazer perguntas mais objetivas e abordagens mais naturais. O aprendizado é de todos!


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Bom Proveito

Pra onde vão os balões de gás que soltamos pro céu quando criança? Pra onde vão os beijos sonhados e nunca dados? Pra onde vão aquelas melodias lindas que criamos, não registramos e nunca mais lembramos? Pra onde vão as pequenas coisas que conquistamos com todo o esforço e, de repente, não estão mais ali?... E o que nos pertence afinal?...


Queridos amigos e visitantes do Boca! Venho anunciar que mais alguém acaba de ganhar uma linda camiseta do blog, mas eu não sei quem é... O(s) mesmo(s) “ganhador(es) anônimo(s)” faturou também uma mochila de rodinhas, com menos de 24 horas de uso, uma bela muda de roupas incluindo um figurino de teatro, uma camiseta da Campanha do Apagão e uma blusa personalizada com um desenho de uma bailarina que fiz quando enxergava e ninguém tem igual, além de outros objetos pessoais, uma garrafa térmica e restos de um almoço de viajante, uma garrafinha de água fluidificada pelas falanges espirituais mais generosas e um netbook, mais conhecido como Panterinha, que foi meu fiel instrumento de trabalho por menos de um ano, fruto do suor de muitas pessoas que, conjuntamente, deram-me este presente.


A “doação não autorizada” ocorreu na tarde do último sábado, no estacionamento pago (zona azul) do parque do Ibirapuera, enquanto eu e a equipe do Telelibras trabalhávamos dentro do parque. O carro foi arrombado e 3 mochilas, a minha e de mais 2 integrantes da equipe, foram levadas, além de alguns objetos do veículo. Informo aos atuais “proprietários” de tudo o que nos foi levado que vocês estão sendo monitorados, e por uma autoridade que não precisa de câmeras, nem microfone espião, nem chip pra rastreamento, nem senha hacker, nenhum tipo de artifício eletrônico; Ele está em todas as coisas, em todos os lugares, em todos os momentos, e está olhando vocês, abençoando vocês, amando vocês, por mais que vocês talvez não se permitam sentir ainda, mas Ele já está aí.


Que bebam da água fluidificada, que façam bom uso de tudo, que curtam as músicas, vídeos e histórias antes de formatarem o Panterinha para venda ou para uso pessoal. Ah, e posso imaginar o sustinho de vocês ao ligarem o Panterinha e serem recebidos por uma voz robotizada, nada simpática, tosca e até um pouco aterrorizante pedindo a senha de acesso. Não foi de propósito, é só o meu leitor de tela numa versão ainda não muito atualizada; ele me foi muito útil, transformando em som tudo o que eu não posso ver. Mas pena que pra vocês provavelmente o leitor de tela não tenha nenhuma serventia; aliás, Deus queira que vocês nunca precisem mesmo deste recurso. Quanto ao conteúdo do Panterinha, mamãe já tinha me ensinado a boa e velha, não tão velha assim, lição do backup, lição reforçada agora. Só uma pequena história não havia dado tempo de copiar dele, mas no dia seguinte à “doação não autorizada”, assim que cheguei em casa, eu a reescrevi. Não me lembrei exatamente de cada palavra, mas no fim achei que ficou melhor do que era antes...


Muitas outras lições ficaram além da lição do backup. Nada nos pertence mesmo, o “ter” é uma grande ilusão, e a vida vem de vez em quando nos lembra disso, do que realmente importa no final das contas, já que no fim as únicas contas que levamos são as com Deus. Se a justiça não funciona, se a polícia não pode fazer nada, se ninguém se responsabiliza, pra quê revolta? Vamos em frente! Levaram foi a malinha menor, já que a maior estava fora do carro, trabalhando ;) Dos males o menor, e das malas a maior... Viva!!


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Décima Olimpede!

Queridas e queridos seguidores do Boca! Passo rapidinho, mas com muita honra e alegria, pra convidar a todos, e principalmente vocês que estão em ou próximo a Volta Redonda, para comparecerem na abertura da décima Olimpede! A nível nacional, o evento reúne este ano cerca de 2000 atletas, competindo em diversas modalidades em nossa cidade. Na abertura, que acontece próxima sexta, dia 16, a partir das 15 horas no ginásio da Ilha São João, canto o hino nacional, com a boca e com as mãos, em português e em libras! :) É a terceira vez que participo do evento, a cada ano mais lindo, cantando o nosso hino nacional, mas é a primeira vez que o canto também com libras. A entrada é franca e está todo mundo convidado! Saiba mais sobre a maior olimpíada inclusiva do Brasil aqui!


E pra quem ainda não tinha assistido, segue o vídeo da primeira vez em que interpretei o hino nacional nas duas línguas, na Reatech 2011: (Recebedores por e-mail, acessem o blog para assistir!)



Aproveito pra pedir desculpas aos recebedores por e-mail que ficaram um tempo sem receber as postagens em suas caixas de mensagens; aconteceu por um probleminha de natureza cósmica desconhecida... mas que já está resolvido! ;)


E você, que ainda não se cadastrou, cadastre-se no blog para receber em seu correio eletrônico as novidades, crônicas, convites, atualizações, promoções e campanhas do Boca no Mundo! Em breve, mais promoção valendo CD, camisetas e outras surpresinhas! Beijos :* e abraços do tamanho do mundo!


domingo, 4 de setembro de 2011

Uns Pobres Miseráveis

Paramos em frente à rodoviária à espera do ônibus frescão, apelido muito carinhoso até, dado por conta da temperatura quase polar estabelecida dentro do veículo, provavelmente pra fazer os gringos esquecerem por alguns instantes o calor quase infernal do Rio de Janeiro. Bom, exageros à parte, vamos ao que interessa: não sei dizer ao certo qual seria o interesse do homem pobre e negro que nos abordou, como é comum naquela região. Ele chegou com tudo, cheio de si, com uma gentileza quase intimidadora: -Senhoras, primeiramente bom dia!
Respondemos educadamente e eu fiquei esperando o resto, a continuação da conhecida ladainha que vem cutucar nossa compaixão e piedade, ladainha que não veio... Para mim, apenas o silêncio e uma interrogação... Por alguns segundos, de um tudo passou pela minha cabeça por não saber o que acontecia. Mas logo, aplacando meu desassossego, minha mãe, quem me acompanhava, pôde explicar a súbita mudança de ideia do homem pedinte. O feitiço contra o feiticeiro. Ele veio pronto pra jogar sobre nós o feitiço da dó; o problema foi que ele me viu, viu a Izadora em minhas mãos, olhou meus olhos. E aí, nem mais uma palavra, apenas uma rápida erguida de mão, sem jeito, talvez para se despedir, talvez para se desculpar, e sumiu entre as pessoas e os veículos. Então tá, moço... Parece que o feitiço da dó se voltou contra ele próprio. De repente, como num passe de mágica, a miserável era eu! Só faltou ele dividir comigo o que já havia arrecadado...
O que será que passa pela cabeça das pessoas? Certa vez eu e minha amiga Tábata Contri chegávamos de carro ao estacionamento de um shopping em sampa. Ela estacionou, abriu a porta e, com naturalidade, começou a montar sua cadeira de rodas. O cobrador logo se aproximou oferecendo ajuda. Ouvi em sua voz algo de... comoção. E eu podia ler sobre a cabeça dele o balãozinho: “Puxa, uma moça tão linda, tão nova, tão simpática, numa cadeira de rodas... Ah, meu Deus...” Enquanto ele a ajudava, armei Izadora e saí do outro lado do carro. Agora não ouvi nenhuma piedade em sua voz, mesmo porque neste momento nem voz ele tinha, ficou mudo. Eu podia ler um balãozinho ainda mais condoído sobre sua cabeça e podia imaginar sua cara, de olhos arregalados e boca aberta. Por essa ele não esperava... Uma loira linda, jovem, e cadeirante já lhe apertara o coração; e ainda junto uma outra moça jovem, bonita (modéstia à parte ;D) e cega? Aí já era demais para sua compaixão. E ele não conseguiria suportar toda aquela “dor” se não tentasse fazer algo por nós. Mas fazer o quê?
-Olha- dizia ele, quando finalmente nos encontramos eu e Tábata em frente ao carro e peguei nos seguradores de sua cadeira –eu não vou cobrar o estacionamento de vocês não, viu?
-Mas por quê, moço? ela perguntou surpresa.
-Não, não, não, não vou cobrar de vocês duas.
-Mas por quê, moço?- ela insistia já rindo –Assim eu vou achar que é discriminação sua.
Sem jeito, sem saber se ria, se chorava, ele deu uma pensadinha e decidiu:
-Tudo bem, então só metade.
-Nós rimos e finalmente concordamos:
-Combinado então, só metade.
Éramos duas amigas indo passear e gastar num shopping sábado à tarde, e só podíamos pagar metade do estacionamento... Legal, se a regra se estendesse para todas as lojas do shopping...
A verdade é que enquanto houverem as almas equivocadas que se acomodam numa “situação menos favorecida” e estimulam a piedade alheia pra sobreviver, e enquanto houverem no país as leis paternalistas, nós, os “mal-acabados”, teremos sempre nossos dias de pobres miseráveis. E aí, ficam as histórias pra contar...

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Diálogos Necessários

Sara abraçada aos amigos do Vez da Voz, em Campos do Jordão

No último fim de semana, eu e a turma da Vez da Voz estivemos no I Diálogo da Inclusão e Acessibilidade de Campos do Jordão. O frio lá no alto da serra estava grande, mas a arte e as discussões propostas ferveram! A cidade, de aproximadamente 50.000 habitantes ainda não tem nenhuma organização de pessoas com deficiência, e estas nem mesmo se conheciam, ainda que a cidade seja tão pequena. Pessoas com deficiência ali sempre existiram, e as questões relacionadas a elas também, mas... pairando no ar, à espreita nas portas das empresas e escolas obrigadas a incluir, jogadas pro canto de uma mesa cheia de papeis, encolhidas num cantinho de casa, procurando voz, procurando eco, procurando vez. Como em qualquer interior, onde esta discussão ainda engatinha (o que não quer dizer que nas capitais a acessibilidade e a integração de pessoas com deficiência sejam perfeitas), vivemos cheios de dúvidas, medos, apreensões e, consequentemente, conceitos pré-concebidos. A linda cidadezinha quase européia do interior paulista viu que era a hora de botar o tema na roda e se movimentou inteira num evento lindo, que contou com palestras, oficinas, apresentações artísticas e até sessões de cinema com audiodescrição, algo que muitas pessoas ali nem sabiam que existia. Profissionais de todas as áreas compareceram, ávidos por informação; o evento teve muita procura inclusive de cidades vizinhas. Encontramos por lá mais alguns dos seguidores da Vez da Voz espalhados pelo Brasil, fizemos novas amizades e eu conheci até um quase colega (porque ele é cadeirante, e não cego ;)) imaginem só, de Volta Redonda! Pois é, até a cidade do aço integrou o público do evento.

Eu saí de lá em estado de graça, feliz por ter participado e contribuído para um momento histórico para a cidade de Campos do Jordão. Hoje, pessoal, não adianta mais dizer que não se tem informação para realizar, para incluir, para integrar, para dar o acesso. Na era da tecnologia e da informação, não existem mais barreiras. Se existe uma internet, interior não precisa mais ser sinônimo de desinformação. Se a informação ainda não chegou, é porque ainda não foi buscada. É uma questão de consciência e vontade; com essas duas simples ferramentas, realiza-se coisas e mudanças grandiosas. Interiores, e pessoas com deficiência desse Brasil, nosso país está construindo a cultura da inclusão, e não cabe mais o medo, a desinformação, os assuntos tratados como tabus. Têm muitos temas por aí que precisam urgentemente ser falados, abordados, discutidos, e nós estamos aí para informar, compartilhar nossas experiências, apoiar, gritar, e também comemorar. Sim, porque embora ainda haja muito o que se fazer, a mudança está acontecendo, e já podemos ver as atitudes se renovando, os olhares também; e o que vem ficando cada vez mais claro para todos nós é que incluir e tornar acessível não é uma questão de fazer um mundo mais justo para nós, pessoas com deficiência, é uma questão de fazer um mundo melhor pra todo mundo.

Parabéns e obrigada, amigos de Campos do Jordão! Que o exemplo seja seguido sem demora!


quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Periferias em Cena

Meus amigos e leitores queridos, após um longo e tenebroso inverno, nem tão longo e nem tão tenebroso assim, cá estou de volta, recuperando-me de revoluções físicas, emocionais, astrais e marítimas, e de quaisquer outras naturezas de influências visíveis ou invisíveis, que me afastaram por umas semaninhas da deliciosa tarefa de botar a boca no mundo. Pois é, fiquei com saudades! E antes de fazer o próximo convite, quero agradecer, com o coração saltando de alegria, a todas as pessoas que compareceram e prestigiaram a última temporada do Filhos do Brasil! Muito obrigada a quem foi, a quem gargalhou, a quem chorou, a quem me abraçou no final dizendo que valeu a pena, a quem viajou distâncias para comparecer, a quem ajudou na divulgação, a quem levou um amigo, um irmão, um pai; foi por cada um de vocês que lotamos aquele teatro! E em breve tem mais; já voltamos a nos reunir todo domingo no Dias Gomes para preparar o próximo espetáculo! Aguardem...


E vocês que estão no Rio de Janeiro e proximidades poderão me ver, e me ouvir cantar, ao lado do meu amigo violonista Júlio Ribeiro, já conhecido aqui no Boca, no sábado, dia 27 de Agosto, no festival Periferias em Cena. Serão 10 horas seguidas de arte e diversidade! Um evento do jeitinho que a gente gosta: com acessibilidade para pessoas com deficiência, entrada franca, oportunidade para todos e cultura para todo gosto! Eu e Julinho comandaremos o sarau do meio dia com muita música boa. Confiram os detalhes abaixo e dêem só uma olhada na programação: esquetes, roda de funk, rap, sarau, cromoterapia, dança, futebol, exposição, DJ


Release:


O Festival Periferias em cena é resultado do curso de formação de agentes culturais populares, realizado no IFRJ, de abril a agosto de 2011, organizado e produzido pelos próprios alunos, para apresentar as manifestações culturais que fazem parte de seu cotidiano, como trabalho de conclusão do curso.


O Festival irá acontecer no dia 27 de agosto de 2011 (sábado), de 9 às 19h, no Campus Maracanã, do IFRJ; com o diferencial de utilizar recursos de acessibilidade, tais como intérpretes de LIBRAS e material em Braile, para pessoas com deficiência. Além disso, haverá apresentações de música, dança, futebol, realizados por artistas com deficiência.


A intenção do curso é estimular as iniciativas artísticas e culturais, permitindo que os alunos possam se beneficiar de editais de fomento (públicos ou privados), bem como desenvolver atividades auto-sustentáveis. Outro objetivo é desenvolver redes culturais nas favelas e periferias, atuando em prol de uma cultura de paz com liberdade de expressão, respeitando à diversidade étnica, de gênero, religiosa etc.


Estando em sua 4a turma, o curso de agentes culturais populares foi desenvolvido pelo Observatório da Indústria Cultural (OICULT-UFF), e agora no IFRJ o curso segue afirmando uma política pública de diversidade, democratização e descentralização da produção de bens culturais.


QUEM ESTÁ EM CENA?


Jovens e adultos comprometidos e atuantes com a difusão e propagação da cultura das periferias do Rio de Janeiro. Que, através dos ensinamentos deste curso, adquirem novos ares para continuar com suas atividades mostrando e fomentando as nossas favelas e cada vez mais enriquecendo a nossa cultura.


Fazendo a diferença entre em diversas áreas desde teatro, funk, Hip Hop e músicas regionais, passando por cromoterapia, futebol, artes plásticas, dentre outras, e sem fazer distinção entre elas, vamos contribuindo e alimentando esse terreno tão fértil das periferias e favelas desde o centro até a baixada fluminense.


O QUE VAI ROLAR?


Hall dos elevadores

9h: Exposição Quem somos nós!

Auditório

9h15: Vídeo Periferias em Cena, com depoimentos dos alunos do curso e coordenação

9h30: Cerimônia oficial de abertura com o Hino Nacional em libras

10h30: Coral Entre LIBRASEM Prof Marcos Gil (Mesquita)

11h: Apresentações de Percussão de Dança Afro CIA DE DANÇA ESPAÇO ABERTO ROCINHA

11h30: Esquete “Nem tudo que a gente vê é o que parece” – Grupo Acorda Capoeira e Cultura nas Favelas

11h45: Esquete “Volta às aulas”, livre adaptação de uma crônica de Carlos Eduardo Novaes


Biblioteca

11 às 14h: Exposições de fotos e quadros

12h: Sarau voz e violão – Sara Bentes e Júlio Ribeiro

Sala de artes

11h – Atendimento cromoterápico


Quadra

13h30: Futebol cm equipe dos meninos e meninas do C T Borda do Mato e ONG COMTATO

Área de convivência

13h: Vídeo – Futebol é cultura

13h30: Discotecagem de música popular brasileira contemporânea (MPBC) e musica regional brasileira

15h30: Esquete “Serial Killer” (A teoria do caminhão de lixo)

16h: Grupo Corpo em Movimento (Dança cadeirantes)

16h30: Grupo Jovens da Periferia – Dança de rua

17h: Apresentação de RAP

17h30: Roda de Funk | HIP-HOP


Esperamos vocês lá!


Festival Periferias em Cena

27 de Agosto, sábado,

De 9 às 19h;

IFRJ – Campus Rio de Janeiro

End: Rua Senador Furtado, 121- Maracanã. Rio de Janeiro,RJ


Cartaz do I Festival Periferias em cena - O cartaz, de fundo alaranjado, dá as informações básicas sobre o evento e mostra a ilustração de um rapaz cantando, segurando um microfone, do qual parecem surgir várias imagens: livros, uma lata de tinta spray, um skate quebrado, fone de ouvido, duas figuras que jogam capoeira, o Cristo redentor e várias notas musicais.