terça-feira, 23 de julho de 2013

Minha Casa Temporária





                Lugares podem ser muito legais. Construções, arquiteturas, espaços, combinações de tetos, paredes, colunas, móveis, com luxo ou sem luxo, decorados em grande estilo ou com simplicidade, amplos ou pequenos, lugares são sempre lugares, e seriam corpos sem alma se não tivesse neles pessoas, de preferência maravilhosas, como são as pessoas do Hotel Address Cidade Jardim, que é parceiro do Teatro Cego e tem sido minha segunda casa durante esta nossa temporada no Tucarena, em São Paulo. Soube que no início eu pareci um desafio para os funcionários do hotel:“Mas ela vem sozinha? Nós não temos completa acessibilidade. Como vamos fazer com ela?” Acontece que tudo fica mais fácil quando existe o bom humor e a disposição, de todas as partes, de ensinar e aprender, e de superar a falta de acessibilidade com a vontade de ajudar e de dar autonomia de outras formas, coisas que só são possíveis entre pessoas bem preparadas e queridas, como são a Sofia, o Júnior, o Rafael, o Jair, o Hugo, o Cezar, o Renato, o Barreto, o Flávio, o Darley, o Josias, o Antônio, a Evanir, e todos os outros que ainda não consegui memorizar o nome e a voz, mas de cujas ajudas e conversas jamais vou esquecer. Desde o primeiro dia eles se interessam em perguntar, coisas que para muitos pareceria bobagem ou algo óbvio, como, por exemplo, de que jeito uso o computador ou como vou encontrar os números no teclado do telefone do hotel. Mas as perguntas fazem parte da preocupação em se informar e entender a realidade do outro, e, assim, poder cuidar para que o outro esteja sempre bem. E desse jeito é a galera do Address Cidade Jardim, cuidadosa e atenciosa, incluindo, é claro, o pessoal do restaurante, que já no terceiro dia sabia exatamente o que eu gostava no café da manhã, e já começava a preparar somente ao me ver saindo do elevador, sempre acompanhada de algum gentil funcionário.

                Bom, queridos do Address Cidade Jardim, e todos os que tornaram possível esta parceria, não me canso de elogiá-los, de recomendar o hotel pra quem quer que seja e de agradecer. A todos vocês, meu muuuuito obrigada e meus votos de sucesso e felicidades sempre!




Hotel Address: http://www.addressexecutive.com.br/

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Sorria, você está sendo observado.





Aconteceu comigo numa segunda-feira fria e desanimada. Aconteceu o que pode acontecer todos os dias, com qualquer um, mesmo sem a gente saber. Aconteceu algo tão simples, e tão fundamental, que vem nos lembrar o que já sabemos: não vivemos somente pra nós, tudo é um, e não há nada que façamos ou pensemos que afete somente a nós mesmos. Como falei, a segunda-feira era fria e desanimada, e tudo parecia conspirar pra que eu não fosse à aula de tango que tenho feito nas segundas à noite: o cansaço de uma viagenzinha de 5 horas voltando de São Paulo naquela manhã, a falta de companhia pra ir até a escola de dança, a falta de grana pra tomar um taxi. Mas, como sempre, metade de mim dizia “Dê um jeito e vá!”, e essa metade foi bem maior que a outra, se é que isso é possível. Me movimentei, pedi dinheiro emprestado até na escola de dança (o que no fim das contas nem foi necessário porque minha família chegou em casa no minuto em que eu saía e me fez o empréstimo) e fui, sorrindo feliz por ter vencido o impulso forte de não ir. Terminada a aula, sempre prazerosa e animadora, um rapaz me abordou cheio de dedos, tímido, tropeçando nas palavras, pra dizer que enfim vencera a timidez pra vir me falar o que queria me falar desde o primeiro dia de aula, quase 2 meses antes: que eu, simplesmente por estar ali, sempre sorrindo, era sua motivação pra voltar a cada aula. Ele tinha problemas que considerava muito pesados; e ver alguém, segundo ele, com um problema mais pesado ainda, dançando e sorrindo, talvez o tenha feito sentir-se mais leve. É uma matemática estranha medir e comparar problemas, mas é um direito de escolha de cada um ver seus problemas do tamanho, da cor e do peso que bem entenderem. E se podemos ajudar com um simples sorriso, que bom. Não imaginamos o tamanho do impacto que nossas atitudes, nossas palavras, nossos sorrisos e olhares podem causar sobre as outras pessoas, sobre os outros seres vivos, sobre o mundo à nossa volta. Fazemos sempre a diferença, positiva ou negativa, indo ou não indo, liderando ou seguindo, falando ou omitindo, chorando ou sorrindo; a responsabilidade é a cada segundo e seguimos conectados a tudo e a todos, percebendo isto ou não. Viagens filosóficas demais? Pode ser. Na dúvida, melhor seguir sorrindo.



Aproveitando, convido vocês a ouvirem uma música que nunca tinha pintado aqui pelo Boca. Ela se chama “Quem Pode” e nasceu em janeiro deste ano, e eu não via a hora de compartilhar com vocês! Então chegou a hora, ouçam e compartilhem em: www.snd.sc/12rOJre