segunda-feira, 15 de julho de 2013

Sorria, você está sendo observado.





Aconteceu comigo numa segunda-feira fria e desanimada. Aconteceu o que pode acontecer todos os dias, com qualquer um, mesmo sem a gente saber. Aconteceu algo tão simples, e tão fundamental, que vem nos lembrar o que já sabemos: não vivemos somente pra nós, tudo é um, e não há nada que façamos ou pensemos que afete somente a nós mesmos. Como falei, a segunda-feira era fria e desanimada, e tudo parecia conspirar pra que eu não fosse à aula de tango que tenho feito nas segundas à noite: o cansaço de uma viagenzinha de 5 horas voltando de São Paulo naquela manhã, a falta de companhia pra ir até a escola de dança, a falta de grana pra tomar um taxi. Mas, como sempre, metade de mim dizia “Dê um jeito e vá!”, e essa metade foi bem maior que a outra, se é que isso é possível. Me movimentei, pedi dinheiro emprestado até na escola de dança (o que no fim das contas nem foi necessário porque minha família chegou em casa no minuto em que eu saía e me fez o empréstimo) e fui, sorrindo feliz por ter vencido o impulso forte de não ir. Terminada a aula, sempre prazerosa e animadora, um rapaz me abordou cheio de dedos, tímido, tropeçando nas palavras, pra dizer que enfim vencera a timidez pra vir me falar o que queria me falar desde o primeiro dia de aula, quase 2 meses antes: que eu, simplesmente por estar ali, sempre sorrindo, era sua motivação pra voltar a cada aula. Ele tinha problemas que considerava muito pesados; e ver alguém, segundo ele, com um problema mais pesado ainda, dançando e sorrindo, talvez o tenha feito sentir-se mais leve. É uma matemática estranha medir e comparar problemas, mas é um direito de escolha de cada um ver seus problemas do tamanho, da cor e do peso que bem entenderem. E se podemos ajudar com um simples sorriso, que bom. Não imaginamos o tamanho do impacto que nossas atitudes, nossas palavras, nossos sorrisos e olhares podem causar sobre as outras pessoas, sobre os outros seres vivos, sobre o mundo à nossa volta. Fazemos sempre a diferença, positiva ou negativa, indo ou não indo, liderando ou seguindo, falando ou omitindo, chorando ou sorrindo; a responsabilidade é a cada segundo e seguimos conectados a tudo e a todos, percebendo isto ou não. Viagens filosóficas demais? Pode ser. Na dúvida, melhor seguir sorrindo.



Aproveitando, convido vocês a ouvirem uma música que nunca tinha pintado aqui pelo Boca. Ela se chama “Quem Pode” e nasceu em janeiro deste ano, e eu não via a hora de compartilhar com vocês! Então chegou a hora, ouçam e compartilhem em: www.snd.sc/12rOJre

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