segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Teatro Cego, os segredinhos que ninguém vê...



Eu já estava com saudades, e os admiradores do Teatro Cego também, e esta semana já podemos nos alegrar porque o retorno em 2014 acontece no próximo domingo, dia 26 de Janeiro, no Centro Cultural do Banco do Brasil em Brasília! Depois de um ano e meio de sucesso na cidade de São Paulo e no interior, é a primeira vez que o Teatro Cego se apresenta fora do estado, e em breve muitos outros territórios também serão conquistados pelo nosso modelo novo de teatro no escuro total. Sim, uma peça teatral completamente no escuro! Só quem já foi assistir sabe muito bem o que acontece com as emoções e percepções, sabe do que é transformado e mexido por dentro durante uma hora na ausência de visão enquanto os outros sentidos e percepções são estimulados, sabe o que acontece na trama “O Grande Viúvo”, de Nelson Rodrigues. Mas tem algumas outras coisinhas sobre o Teatro Cego que, mesmo quem já foi, ainda não sabe... E outras que nem nunca vai saber... Por exemplo: como produzimos os aromas durante a peça, como manipulamos as condições meteorológicas do local, como nós, atores, nos locomovemos no cenário escuro sem bengalas, quem é o sétimo ator misterioso que faz o papel da defunta... Bom, pra descobrir tudo isso, só indo assistir à peça e, ao final, vindo perguntar com muito jeitinho pro elenco, aí a gente conta tudo. 

Já tem outras coisinhas que acontecem ali no escuro que nem mesmo o elenco sabe que vão acontecer, e que o público nem imagina... E, eu garanto, no Teatro Cego tudo pode acontecer: como um ator, do time dos que enxergam, que vai por engano para o lado errado e é resgatado por um ator cego; um ator que se empolga numa cena de nervosismo e acaba derrubando uma colherinha da mesa no chão, e aí uma atriz, ao mesmo tempo em que dá sua fala, vai buscando a colherinha com o tato dos pés e a recolhe do chão para evitar escorregões ou outros acidentes; uma atriz que segura um grande espirro durante a cena do enterro, até que não pode mais e sua cabeça é jogada para frente no impulso do “atchim!”, exatamente no mesmo instante em que o ator da frente, ajoelhado à beira da cova, se ergue do chão; um ator que dá uma crise de labirintite no meio da peça e cata cavaco na escada, no lugar de ir para o quarto vai para o cemitério, completamente perdido; uma freqüente sessão de piadas que rola entre os atores antes do início da peça, enquanto vocês estão sendo conduzidos a seus lugares na platéia, piadas estas muito úteis a uma das atrizes, que precisa dar boas gargalhadas num de seus papeis; um ator que cochila no alto da escada durante toda uma cena em que não atua; enfim, é tanto pastelão no escuro que eu ficaria aqui a semana toda contando, sem contar os que certamente ainda vão acontecer. Então no fim do ano eu volto pra contar os próximos, mesmo porque este ano teremos peça nova, sempre no escuro, e aí serão segredinhos novos pra contar. E já sabem: se alguém perguntar quem contou os segredinhos do Teatro Cego, vocês não viram nada... 

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