quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Vai dar tudo certo! (se não der tudo errado...) 4

Promoção Uma Música Só Pra Você!

Você já sabe da novidade, não sabe? Dia 25 de fevereiro será o lançamento online do meu novo CD, o “Invisível”! Mas, enquanto isso, você pode ser o felizardo que vai ganhar e ouvir uma faixa inédita do CD antes de todo mundo! Pra concorrer a este presente exclusivo é facílimo: clicar aqui http://www.sarabentes.com.br/page/vai-dar-tudo-certo-se-nao-der-tudo-errado/ e comentar o texto lá, ou qualquer um  dos textos da série deste mês de janeiro, e torcer pra ser sorteado!
Podem participar: pessoas de qualquer idade, residentes em qualquer país.
Promoção válida até 31 de janeiro. Boa sorte, boa leitura e divirta-se!

Vai dar tudo certo! (se não der tudo errado...) 4


Pois é, chegamos ao fim da nossa série. E, depois de tantas histórias e risadas, podemos concluir que o dar certo ou dar errado no fim das contas é mesmo uma questão de tempo, como nos mostra, por exemplo, a história do Einstein, que, segundo seus professores primários, tinha tudo pra dar errado... O que nos prova também que, para fazer o errado dar certo, o X da questão é o famoso jogo de cintura, que, aliado à fé, pode ir ainda mais longe. Quantas vezes, ao saborear uma das receitas deliciosas da minha mãe, ouvi dela que, no meio do preparo, ela se dera conta de que o ingrediente principal havia acabado e improvisara com um outro, que, aparentemente, não tinha nada a ver, e, resultado: a receita ficara melhor ainda! Finalizando nossas reflexões, o mais importante mesmo nesse tema são as historias pra contar. Por tal motivo é que deixo mais duas pra vocês:

Terremoto no cenário 

Dizem que o melhor da festa é o preparo- dizem que o melhor da viagem é o caminho- e eu diria que o melhor do espetáculo pode estar nos minutinhos que o precedem, mas o público não vê. E que bom que não vê... Quem compareceu à estreia do nosso espetáculo circense Belonging em São Paulo não viu o que houve antes da primeira cena, mas percebeu que algo estranho aconteceu, pois as cortinas subiram até a metade e ali ficaram, meio que se balançando, enquanto uma movimentação estranha se iniciou no palco, atores, diretores e produção olhando pra cima, preocupados com alguma coisa. Só que a “alguma coisa” era eu, que iniciava o espetáculo cantando sentada num lustre de metal pendurado a 12m de altura. Antes de todo espetáculo, eu sempre ficava lá em cima, imóvel e silenciosa, pra nenhum som vasar naquele já nosso conhecido microfoninho headset (o mesmo que me acompanhava na cena do enrosco no texto 1 aqui da nossa série), aguardando as cortinas se abrirem e a cena começar. Naquele dia, tudo seguia igual, até o momento em que, segundos após o início do som das cortinas subindo, fui subitamente empurrada por algo que vinha justamente da direção das cortinas e fiquei balançando e rodando pra lá e pra cá, como um lustre que toma uma bolada; com a pequena diferença de altura entre o lustre de casa e o lustre do circo... Tudo e nada me passou pela cabeça ali, a 12m do chão, foi tudo muito rápido pra dar tempo de raciocinar alguma coisa. A única coisa que fiz, instintivamente, foi segurar com mais força na corda do lustre, além de quase me borrar de medo, claro. Eu não podia ver e não tinha ideia do que estava acontecendo e muito menos do que podia vir a acontecer com aquilo se balançando daquele jeito. Nessas horas é que se torna mais aventureiro ainda não enxergar... Passado um pouco o susto e amenizada a sacodida, conseguiram destravar as cortinas e as desceram novamente. Então, baixaram o lustre, eu desci dele pra me acalmar um pouco e me explicaram que o “terremoto localizado” se deu por conta de um desajuste na temperatura do ar condicionado, que ficara muito diferente na plateia e no palco, e quando as cortinas começaram a subir, foram subitamente empurradas pelo ar mais quente, o da plateia, em direção ao centro do palco. Com isso, o lustre, que estava logo atrás das cortinas, foi empurrado por elas com tanta força. Caramba, eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer... Muito menos que pudesse acontecer comigo pendurada a 12m do chão... Bom, mas circo é surpresa, mágica e emoção...

Depois que respirei um pouco, subi no lustre de volta, subiram o lustre, abriram as cortinas e o espetáculo começou, cheio de emoção, mas nenhuma mais fora do previsto... Ufa, por pouco o elenco daquele dia não atua sem uma atriz. O que seria menos pior do que só sobrar no palco uma atriz atuando sem o restante todo do elenco, como quase aconteceu há uns 3 anos na cia. Mix Menestreis...

O exterminador de elenco

Eu já havia feito tantas vezes aquela cena, que já podia fazê-la de olhos fechados...  Bom, mas sempre com a mesma pessoa, o meu amigo Guizaum, que é cadeirante e havíamos desenvolvido por meses nossa interação na cena. Um belo dia ele não pôde ir e teve de ser substituído. Meu parceiro de cena então era um rapaz sem deficiência e que não tinha experiência alguma no tema, muito menos experiência em interagir com pessoas com deficiência em cena... Ele já começou quente, no primeiro abraço que me deu em cena, veio com tanta empolgação que derrubou de minha mão minha coadjuvante Izadora (minha bengala). Gentilmente ele a pegou e seguimos em frente. A ideia era brincar e correr entre os monumentos, representados pelo restante do elenco espalhado em estátuas pelo palco. Normalmente, com meu parceiro cadeirante, eu apenas segurava atrás da cadeira e corria tranquila, seguindo a trajetória dele. Mas meu novo parceiro achou que era só me puxar, e com toda a velocidade... Ele corria e me puxava pela mão por entre o elenco e, de repente, “BUM”, uma colisão contra um “monumento”. Pelos cabelos que toquei e pelas risadas que ouvi, identifiquei que o “monumento” era minha amiga Aninha, que faz aquele estilo “sou pé frio, tudo acontece comigo, tinha que ser eu etc”. Eu ri, pedi desculpas e senti que ela bambeava feito joão bobo, pra frente e pra trás. Mas definitivamente o problema ali não era a pé frio da Aninha... Depois de me arremessar contra ela, o parceiro continuou a me conduzir pela cena, com um pouquinho mais de cuidado, só um pouquinho, até o momento em que me botou em suas costas, de cavalinho, e começou a girar freneticamente no centro do palco. Eu ria, me divertia, mas, com a velocidade, mal podia controlar a Izadora, que, movida pela força centrífuga, se erguia do chão e se transformava em uma mortífera hélice de helicóptero em minha mão. Os pobres dos “monumentos” se inclinavam pra trás e davam discretos passinhos pra mais longe da Izadora. Ou seja, meu parceiro tentou exterminar a mim e ao elenco inteiro, mas, graças aos deuses do teatro, o máximo que ele conseguiu foi fazer os monumentos tomarem vida e se moverem e transformar uma emocionante cena romântica numa comédia pastelão. E pra vocês verem a cena original que fazíamos, sem pastelão, ela tá aqui: http://www.youtube.com/watch?v=zY6w49AKvLs

Compartilhem com seus amigos, comentem e concorram a uma música exclusiva do meu CD “Invisível” que vem aí!

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