terça-feira, 5 de abril de 2016

Me Ensina - Marcondes Mesqueu e Sara Bentes

...só disse uma coisa:

POR FAVOR, ME ENSINE A ANDAR COM VOCÊ



Marcondes Mesqueu

Sara é uma amiga cantora, poeta, professora de música, artista circence, menina de vida agitada normal/anormal como todas as meninas normais/anormais da sua idade, deficiente visual e monte de outras coisas. O amigo Google sabe melhor da sua vida do que eu. As vezes saímos pelas ruas do Rio conversando e resolvendo coisas. Gosto de papear com ela. Aprendo muito com a sua independência e determinação. Ela não é daquelas menininhas que gostam de ser pegas em casa. Se a zona de conforto se oferece ela aproveita, caso contrário quebra a pedreira até ver surgir à estrada.  Decide pelo mais prático. Quase sempre marcamos encontro na rua, saída de metrô, rodoviária... Certa feita íamos pela Rua do Lavradio, na Lapa, Rio de Janeiro. Eu, todo erradamente cuidadoso, e ela insistindo em segurar no meu braço para se sentir conduzida. De repente eu desvio de um demarcador de calçada. Esqueço da amiga. Sara esbarra no obstáculo de ferro. Acho que se machucou. Pergunto. Ela responde que não foi nada. Pede agora com firmeza para segurar no meu braço. Seguimos. Naquele momento entendi que Sara meio passo atrás de mim e segurando meu braço, todo movimento que eu fizesse com o meu corpo o corpo dela perceberia e com essa informação reagiria rapidamente. Quando vi Sara batendo de frente no obstáculo só disse uma coisa: Por favor, me ensina a andar com você.

Entendi que essa obrigação era dela. Abaixei a cabeça envergonhado.

O inevitável processo de evolução se dá através da troca de informação. O receber e oferecer um dado novo acontece naturalmente ao longo da história do homem. O escambo é um dos sangues que alimentam a vida. Podemos dizer que existem outros sangues como afetos, culturas, religiosidades,... e por ai vai, porém todos dependentes das trocas.

Vou me fixar no mais simples e óbvio fenômeno da existência humana que é a diferença entre cada um de nós. Gordos, magros, altos, baixos, ...e de repente surge a pedra no caminho da cultura que no passado apregoava o conceito de Normalidade para uns e Anormalidade para outros. Deficiente para uns e Eficiente para outros. E tudo estava resolvido. De um lado estavam os melhores e no extremo oposto os outros. Gênios sempre existiram, mas as sociedades evoluem regidas por conceitos e padrões que englobam a maioria. Regra é quantidade. Qualidades diferentes são exceções. O tempo passou. Evoluímos, contudo nem todos os cascalhos da velha construção social foram removidos.
Esse texto pretende ser uma troca com os meus amigos deficientes visuais. Eu que, apesar de ter um dolorido dedo de martelo escondido dentro da meia e sapato do pé direito, sou entendido como mais um normal. Meu osso “dedal” que entorta progressivamente gerando fisgadas não me impede de habitar essa confortável prateleira. Me reconheço com faltas de algumas informações para lidar com “os” e “as” Tiresias que passam pela minha vida. Se o Tiresias de Sófocles é aquele Sábio Cego que vê além da escuridão dos seus olhos eu sou aquele que busco entender como dar luz as formas que meus olhos registram. Como melhorar a minha comunicação com aqueles que são donos de uma luz que vai além da visão?

Vivemos na Sociedade do Espetáculo onde luz, cor e forma é uma trindade divinamente respeitada por uma maioria. A beleza física se constitui um culto escravagista na vida de muitas pessoas. Coitada das mulheres. Tem umas que se entregam a chibata da beleza. São negras que “inloirecem”, loiras que torram nas praias e salões para ganharem a forma da estrela do momento que é crioula. Assumir a moda é mais confortável do que ser singular. Em tempo: Uma grande legião de homens adubam seus corpos com medicamentos discutíveis e para alguns letais para terem musculatura de He Man. O sonho de ser belo e visivelmente aceito é a doença do mercado. O jeito de ver, agir e pensar nos apontam e chamam para os refletores. Os refletores insistem em ser seletivos, preconceituosos e “produtizar” seres humanos. E por ai segue a construção de valores que se autodestroem de tempos em tempos. A moda é o show.

É comum sermos convocados a declarar nossas preferências afetivas seguindo modelos de gordo, alto, baixo ou magro; ou então moreno, louro, mulato ou negro; com tatuagem ou sem tatuagem; careca ou cabeludo; alternativo ou sóbrio...
Beleza e sensualidade quando estão relacionadas à roupa representa jogo de cores, modelo, audácia...

Esses e outros detalhes da vida constroem conceitos, que constroem palavras, que constroem saberes com os quais nos relacionamos. Até quer ponto isso é ingrediente dos meus amores e desamores. Será que os caracóis revoltos dos cabelos da Sara contribuíram na quantidade de carinho e admiração que eu sinto pela sua caminhada? Me ajudem a entender os seus valores.

Entendo e pratico o jogo de olhares e caras. É bom e divertido. Por vezes me perco quando converso com minha amiguinha. Até onde me faço entender? O que tenho que aprender pra melhorar? Tenho que aumentar ou diminuir em cuidados. Quando ela diz “vou pra casa, preciso ficar só com os meus pensamentos” o que devo pensar. O que devo fazer com a minha deficiência que se assusta ao ouvir esse desejo e vê-lo se cumprir. Acho que nessa hora o cego sou eu. Me ensinem a não só ver como a enxergar. Sei como as imagens se formam na minha cabeça. Tenho vontade de saber como se forma na cabeça dela. O castelo do Rei, o cavalo do Príncipe e o nariz da Bruxa são formas pra mim. Não sei como se apresentam pra ela. Sou contador de histórias. Caras e bocas são texto na hora de interpretar no palco e na vida.

Gostaria de aprender mais sobre os valores estéticos saídos da escuridão e aprender a “melhor dizer” que “essa roupa a deixa mais sensual, menininha, senhora ou palhacinha” e isso se constituir numa discussão de ponto de vista onde o imaginário ganhe forma, cor e densidade. 

Até hoje ainda não dei uma rosa para minha amiga, mas se amanhã o fizer essa rosa precisará ter cor? E se tiver, qual será?
Em tempos de Sociedade do Espetáculo já vi até rosa azul. Pra mim isso é um desrespeito à flor e a natureza. Garanto que o Grande Arquiteto não aprovou. Gostaria que os meus amigos e amigas Tiresias me ensinassem a ver e perceber a partir do ponto de onde nasce a luz que é a escuridão.
 (dedicado a Sara Bentes, uma amiga
que a sua audácia me ofereceu)
    

Resposta:
Por Sara Bentes

Primeiramente: amigo, releia meu livro “quando botei a boca no mundo”. Ele esclarece muito sobre esta “visão na escuridão”.

Segundamente, nada do que vou falar aqui representa o segmento de pessoas com deficiência visual, parcial ou total. Tudo o que vou falar representa eu, Sara Bentes. Cada um tem sua forma de ver, e de não ver... Além disso, esclareço que aproveitei a oportunidade para falar a todos, e não só a você, querido amigo.

Sim, meu mundo tem cores, formas e estética. Flores pra mim nunca serão flores se não tiverem cores. Meu imaginário e meu inconsciente também fazem parte de um coletivo, de uma sociedade, de uma cultura. Não vivo num mundo à parte e óbvio. Sei o que simboliza a cor branca ou a cor vermelha numa rosa ofertada a alguém. Assim como compartilho da crença de que cada cor tem sua energia e seu efeito sobre nós. Pasme, há pouco tempo passei por tratamento de cromoterapia. Não preciso ver a cor, são meus pontos energéticos e meu corpo astral que recebem a cor. Sei o que significa um vestido preto, ou vermelho ou bege para uma mulher que sai à noite, por exemplo; me interesso por saber se o céu está azul limpinho ou cheio de nuvens brancas ou cinzas; depois de certo tempo de convivência com um novo amigo, quero sim saber que cor são seus olhos, seus cabelos e pele, e é libertador só saber sobre a aparência das pessoas depois de me aproximar delas por suas essências e outras características. Quando te conheço, não me faz mais a menor diferença que roupa você veste, que cara você tem ou o que diz sua aparência. Isso foi um aprendizado. Mas não significa que eu viva à parte das discussões e conceitos estéticos e visuais.

Quanto ao meu pensamento, ele se forma da mesma maneira que antes, quando eu enxergava: a partir de imagens. E você me diz: mas como você pode pensar nas pessoas e espaços que você só conheceu agora sem enxergar? E te respondo: pois é, há muito mais mistérios entre nossa orelha esquerda e direita do que supõe nossa vã filosofia. Minha mente simplesmente cria essas imagens para novos espaços e pessoas e coisas. Se te conheço hoje e automaticamente (porque é assim que funciona) meu cérebro te imagina cabeludo e um ano depois descubro que você na verdade é careca (como aconteceu recentemente com um amigo) levo um tempo pra reconfigurar você na minha mente imaginativa e te imaginar como realmente você é. Quando contei a este amigo que antes de saber que ele era careca eu o imaginava cheio de cabelo, ele disse que eu via era o sonho dele, que é ter muito cabelo, e me pediu que continuasse o imaginando cabeludo. Apesar de tentar, não consegui convencer minha mente a voltar atrás, mas algo muito estranho acontece: quando me lembro das primeiras situações com ele, quando ainda o imaginava cabeludo, as imagens da memória me trazem ele cabeludo...

Já as pessoas que conheço desde quando enxergava, mantenho na memória as imagens que vi. Essas pessoas na minha mente nunca envelhecem. É pedir muito da mente ficar alterando, redesenhando e reconfigurando essas imagens.

Nos meus sonhos à noite, como já contei em diferentes textos, normalmente enxergo, mas em alguns estou cega. Em outros estou enxergando, mas com a Izadora na mão, e penso: o que diabos estou fazendo com essa bengala? Mas gosto de sonhar enxergando, e me esforço para “abrir os olhos” nos sonhos em que estou cega. Tenho cada vez mais sonhos lúcidos, em que posso controlar parte ou todo o roteiro. E quando consigo, adoro procurar no cenário em que estou carros para dirigir, e me delicio com esta sensação. Quando quero muito saber como é fisicamente alguma pessoa próxima, peço para sonhar com ela. Acredito no desdobramento e na projeção de consciência, o que torna meu pedido totalmente possível. Por algumas vezes parece que fui atendida, mas nunca saberei se o que vi é realmente a verdade ou se foi criação inconsciente.

Sempre fui e continuo sendo uma pessoa bastante visual, não no sentido de ser guiada e dominada por minha visão, como é a maioria das pessoas, mas no sentido de imaginar fortemente dentro. Os desenhos que eu fazia quando enxergava eram todos criação minha. Todas as histórias que crio, contos e romances, primeiro imagino cada cena visual na mente, pra depois traduzir em palavras. Quando penso numa cena passada ou futura, primeiro imagino visualmente a cena, pra depois me ater a sentimentos e outras informações relacionadas a ela.

O mundo é visual; é sabido que praticamente 80% das informações que o ser humano assimila é a partir da visão. Uns mais outros menos. E outros ainda, como eu, não assimilamos nada pela visão. E isso não nos torna automaticamente mais evoluídos ou sábios que os que enxergam, e nem nos torna automaticamente com melhor audição, tato, olfato e paladar, e, indo mais longe, nem sexto sentido. Cada um é um e todos esses “mitos” de cegos com super audição, super tato, super olfato etc, explicam-se cientificamente. A sociedade vidente (que enxerga) tem tendências a romantizar, mitificar, criar fetiches, exagerar, subestimar, ignorar, rotular e “emprateleirar” os cegos. Tudo isso tem raízes históricas que se entrarmos no mérito da questão escreveremos aqui um ou mais livros. Mas só pra reforçar a ideia de que cada experiência é única, conheci um cego que não teve tato nem pra aprender o braile, conheço cegos que também são surdos, conheço cegos amargos e revoltados que vivem a verdadeira escuridão espiritual, conheço cegos que se sentem seguros tocando seu braço e outros que preferem tocar seu ombro ao caminhar, conheço cegos que preferem chorar e estar sozinhos com seus pensamentos e meditações, enquanto outros preferem chorar no colo de alguém e estar sempre rodeados de gente. Somos todos seres humanos, e se faço uma opção de ir pra casa e ficar sozinha, diferente da expectativa de meu amigo, isso não tem nada a ver com ser cega, e sim com ser humana e única.

Neste mundo visual, é claro que ficamos de fora de muito da comunicação mais imediata entre as pessoas: a comunicação visual, que engloba caras, bocas, olhares, gestos, posturas, movimentos e outros sinais. Com o tempo de convivência, nossos amigos videntes vão se adaptando a outras melhores formas de se comunicar com a gente. Não existe uma fórmula para ensinar isso, existe a singularidade humana, e cada um de nossos amigos videntes vai desenvolvendo suas diferentes e criativas soluções para transformar seus sinais visuais em novas falas, ou mudanças na voz, ou novas interjeições, ou sinais táteis dependendo da intimidade. Mas não subestime nossa inteligência, numa conversa entre amigos normalmente estamos entendendo tudo, e se, pela falta da visão, não entendermos vamos perguntar. Quanto à contação de história, a palhaçaria, a dança, o teatro e outras artes tradicionalmente visuais, faz parte de uma evolução coletiva o desafio de adaptarmos essas modalidades artísticas cada vez mais para todos, sejam cegos, surdos, cadeirantes etc. A arte, com suas infinitas possibilidades, sua flexibilidade e sua criatividade, já está pronta para incluir a todos, só nos falta manusear da melhor forma este grande instrumento.

Sobre ter mais ou menos cuidado, como guiar, como fazer isto e aquilo, além de bom senso, o que recomendo se resume numa palavrinha só: comunicação. “Se quiser me ajudar, pergunte primeiro se eu preciso, e se for me ajudar, entenda primeiro como..” como diz minha canção “Pra Quê”. Comunicação é tudo e, principalmente entre amigos, não tem que haver barreiras nela.

Por fim, não tem mistério, não tem magia, não tem encanto nem romantismo sobre tudo isso. Sobretudo, não tem escuridão. O não ver não é tudo preto, é simplesmente perceber de outros modos.

terça-feira, 22 de março de 2016

Acredito



Em particular me pediram pra explicar a letra da minha música “Acredito”, canção que fecha meu CD “Invisível”, e decidi responder publicamente e compartilhar com todos vocês as angústias e alegrias que motivaram essa canção. Embora eu pense que a interpretação da arte deve ser livre, sei que esta letra pode deixar incômodos, reticências e interrogações no ar, e merece explicações. Antes de mais nada, pra acompanharem a letra e a música, seguem links:

veja a letra de Acredito: http://www.sarabentes.com.br/page/letras-do-cd-invisivel/
Ouça a música Acredito: http://open.spotify.com/album/06bS7Hff1KJYSApN6qoWKt

Bom, pra começar, não vim de outro planeta não (ao menos não que eu saiba :D ). Mas o “outro planeta” ao qual me refiro no início da música é o mesmo planeta que abriga “vocês” pra quem canto na segunda parte da letra, ou seja, o planeta onde vivemos todos nós, nosso planeta Terra. O paralelo que faço entre um suposto outro povo e o povo da terra onde pareço estar chegando e pra quem canto é sim uma crítica à nossa sociedade, com seus desvios, ganâncias, manipulações e enganos, é um chamamento a olharmos pra nós mesmos de longe, pra então enxergarmos nossas bizarrices. Só que mais que isso, a música é uma saudação à alegria, ao positivismo, aos pequenos e inesquecíveis prazeres, às coisas tão simples quanto maravilhosas, e o paralelo é um convite à aceitação de nosso lado sombra e de nossa luz, aceitação de nossas incoerências, aceitação da dualidade do ser humano. Somos nós que fazemos a sociedade, somos nós o povo desse outro “planeta meio estranho” do início da música. E sim, se olharmos em volta temos motivos o suficiente pra desistirmos de tudo. Mas o que estamos fazendo pra melhorar nosso entorno? O que estamos fazendo de bom pra contribuir? Reclamar e se deixar contaminar pelo que não vai bem não traz soluções. Quando digo no refrão da música “Em tudo o que for melhor ou tão bonito eu acredito” não significa que eu não acredite no contrário e que eu viva no mundo cor-de-rosa, muito pelo contrário. O “acredito” aí é o foco, é o que eu prefiro olhar e me lembrar na vida. Claro, mergulhar nas nossas próprias sombras é mais que necessário, pra nosso autoconhecimento, pra nossos processos evolutivos, pra não repetirmos nossos erros e pra sermos cada vez melhores. Afinal, se não for pra isso, pra quê mesmo estamos aqui? Ao mesmo tempo, sem valorizar os bons momentos e pequenas coisas, sem espalhar boas palavras e atitudes, sem nutrir o mundo e nutrir-se de poesia, delicadeza e arte, as sombras de si mesmo e do restante da humanidade ficariam pesadas demais, insuportáveis... Esta música é um “apesar de tudo, eu escolho acreditar no lado bom da vida, no lado bom da humanidade, no lado bom de tudo, no lado bom de mim”. E, como sugere o último trecho da letra, que o melhor de mim encontre o melhor de você, que se afinem e cresçam, atraindo pra gente tudo o que sintonizar com esta luz, com o magnetismo incrível das coisas boas.

A música começa a se alegrar quando canto “Mas eu sei que aqui vocês são diferentes, por isso eu sigo em frente...”, justamente porque minha esperança é o lado bom da humanidade, o lado bom que sim, existe em cada ser humano, acreditem; um bandido não é 24 horas um bandido, assim como um bem feitor não é um ser perfeito. Na maioria dos casos o que nos desvia de nosso lado luz é justamente a falta de foco, de atenção, a falta de despertar e de crer nesse lado luz. E no refrão da música reuni várias lembranças boas de coisas tão simples, quase ridículas, que me ajudam a viver, ajudam-me a focar na alegria e no lado luz de tudo. As “descidas em ondas, risos num tobogã” foram com meu amigo Bianco Marques há poucos anos, quando por acaso fomos parar num parque de diversões ao lado do local onde estávamos cantando, e foi um momento tão rápido quanto inesquecível, devido à cumplicidade, às endorfinas liberadas, à adrenalina, às emoções compartilhadas; “o degradê que o sol traz de manhã” é a imagem que tenho do único nascer do sol que vi na praia quando eu enxergava, no Farol de São Tomé, numa viagem que fiz com minha amiga Mariana Ribeiro, e é uma memória visual que guardo com todas as minhas forças; e assim por diante... Reunir essas lembranças foi como num jogo, em que te perguntam: Quais são as lembranças sensoriais mais felizes que você tem? Ok, então agora registre essas lembranças de algum jeito que você possa sempre acessar mesmo fora da sua mente. E então foi assim que nasceu “Acredito”, pra que eu, e quem quiser, nunca nos esqueçamos de como pode ser simples, e complexo, estar feliz.